As relações extrafamiliares também possuem grande impacto sobre o desenvolvimento do adolescente, uma vez que muitos a consideram como um todo e não parte da família.
A primeira coisa a entender é que a família foi a primeira instituição em que você foi inserido. Nesse contexto, foi dentro dela que você começou a construir o seu caráter baseado nas noções de certo ou errado.
Em outras palavras, isso significa ser o lócus primário de socialização, onde os indivíduos terão as primeiras experiências e ensinamentos de vida.
Sendo assim, são as boas relações familiares que são responsáveis por garantir um bom desenvolvimento do jovem.
O papel extrafamiliar, no caso, está relacionado com o que pessoas “de fora” da primeira base identificada como família, ou seja, aquelas que chegaram depois, podem fazer para facilitar essa transição para a vida adulta.
A participação ativa de madrastas, padrastos, enteados e meios-irmãos, então, são extremamente necessárias para a formação do indivíduo.
O que pode acontecer é que essas pessoas que chegaram depois, se sintam como intrusas no ambiente familiar e, às vezes, assumam uma postura de afastamento por considerar que são “de fora” e isso prejudica o adolescente.
Leia o artigo a seguir sobre o tema e saiba identificar o papel das relações extrafamiliares para o desenvolvimento do adolescente.
Por que os adolescentes são tão rebeldes sobre relações extrafamiliares?
Segundo o IBGE, a cada ano, cerca de 340.000 casais se divorciam no Brasil, isso significa que as relações extrafamiliares são cada mais comuns.
Este relacionamento não é nada fácil, porque o adolescente já é uma pessoa “pronta”, o que significa que, muitas vezes, ele já tem opiniões e atitudes próprias.
Ou seja, você não ajudou no processo de crescimento infantil ou amadurecimento, mas vai estar diretamente lidando com um indivíduo formado e bem mais complexo. Mais ainda pela adolescência ser um período complicado.
Somado a isso, tem o fato de a criação ter sido diferente do que você faria e daí surge o desespero de não saber com reagir a essa situação e isso causar resultar em um mau relacionamento.
Nesse sentido, pode até parecer que o adolescente não aprecie a sua presença, mas pode ter certeza que convívio de vocês vai influenciar muito no desenvolvimento dele.
A ruptura familiar sempre é um trauma e para o adolescente esse sentimento normalmente é potencializado. Essa pode ser a causa da repulsa dele sobre manter um relacionamento com você.
Nessa perspectiva, o problema maior do jovem não é você, mas sim o que você pode representar, ou seja, mais uma inconstância na vida dele, caso essa relação extrafamiliar não seja duradoura.
Como construir um relacionamento?
A relação extrafamiliar precisa ser construída bem devagar, frequentemente com avanços e recuos, caso contrário o adolescente ficará desconfiado.
Pensando nisso, observe a lista abaixo com algumas dicas para facilitar essa abordagem:
- O respeito e amor são fundamentais para isso, mas eles só vêm com o tempo, não adianta forçar ou exigir, com muita paciência, persistência e otimismo.
Para isso, saiba dar espaço quando necessário e deixar que o adolescente te procure.
- Evite confrontos diretos e autoritarismo, nenhum jovem lida bem com imposição.
- Aposto nos diálogos. Comece com assuntos bobos e cotidianos. Repare em quais tópicos o adolescente mais parece interessado e invista neles.
Sendo assim, o seu papel como novo integrante da família é acrescentar segurança ao adolescente e ser mais uma pessoa presente e disposta a ajudar.
Mesmo que agora não pareça, com o tempo tudo vai se encaixar.
Conclusão
Evidencia-se, portanto, que a relação extrafamiliar não é e não deve ser considerado uma posição marginal à família, mas sim um núcleo expandido.Todos os integrantes da família, sem exceção, participam berço de proteção e afetividade, e contribuem para o desenvolvimento do adolescente.
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